Não me apetece escrever mas grito sem fazer barulho
(para dentro ou lá o que é)
que é para ver se me ouvem ou ouvir se me vêem
(sei lá para quê).
Eu não devia escrever. Mas depois lembro-me
(escrever é também calar-se**)
e acho que concordo
(que eu nunca sei se estou ou não de acordo ou se assim-assim)
que é gritar sem barulho isto de escrever
(mesmo que seja pouco. Mesmo que seja mal).
Eu não devia escrever. Na realidade não há nada sobre o que valha a pena juntar duas letras ou mais
(fazer uma frase),
apenas alguém
(insuficiente)
a quem foi inútil explicar borboletas
(quanto mais fazer-lhe ver a importância dos terramotos que me abalam dentro).
Não é para isso que julgo que escrevo
(falar de gente com carapaça)
mas não sei, honestamente, para que escrevo hoje
(se devia estar a gritar muito calada).
Escrever sobre como
(não se pode)
explicar borboletas a tartarugas, parece-me tão inútil
(medíocre, até)
como usar brincos em orelhas pequeninas. É certo que mais valia
(sem fazer barulho)
gritar para dentro da carapaça que as pessoas põe quando são muito crescidas e responsáveis e rotineiras
(como ratos de gaiola)
e monótonas e lentas e desapaixonadas e desconfio mesmo se chegam a ser
(pessoas)
felizes como as tartarugas que seculares tudo desconhecem sobre a brevidade leve das borboletas
(como se explica isto?).
Não tenho nada sobre o que escrever. Só os terramotos e as borboletas que não sei explicar às tartarugas que por vezes aparecem
(vagarosas como sempre)
para me lembrar que detesto pessoas crescidas. E que devia pousar como quem se cala
(não escrever)
as mãos impacientes.
(para dentro ou lá o que é)
que é para ver se me ouvem ou ouvir se me vêem
(sei lá para quê).
Eu não devia escrever. Mas depois lembro-me
(escrever é também calar-se**)
e acho que concordo
(que eu nunca sei se estou ou não de acordo ou se assim-assim)
que é gritar sem barulho isto de escrever
(mesmo que seja pouco. Mesmo que seja mal).
Eu não devia escrever. Na realidade não há nada sobre o que valha a pena juntar duas letras ou mais
(fazer uma frase),
apenas alguém
(insuficiente)
a quem foi inútil explicar borboletas
(quanto mais fazer-lhe ver a importância dos terramotos que me abalam dentro).
Não é para isso que julgo que escrevo
(falar de gente com carapaça)
mas não sei, honestamente, para que escrevo hoje
(se devia estar a gritar muito calada).
Escrever sobre como
(não se pode)
explicar borboletas a tartarugas, parece-me tão inútil
(medíocre, até)
como usar brincos em orelhas pequeninas. É certo que mais valia
(sem fazer barulho)
gritar para dentro da carapaça que as pessoas põe quando são muito crescidas e responsáveis e rotineiras
(como ratos de gaiola)
e monótonas e lentas e desapaixonadas e desconfio mesmo se chegam a ser
(pessoas)
felizes como as tartarugas que seculares tudo desconhecem sobre a brevidade leve das borboletas
(como se explica isto?).
Não tenho nada sobre o que escrever. Só os terramotos e as borboletas que não sei explicar às tartarugas que por vezes aparecem
(vagarosas como sempre)
para me lembrar que detesto pessoas crescidas. E que devia pousar como quem se cala
(não escrever)
as mãos impacientes.
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