”Disse a flor para o pequeno príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.” (Antoine de Saint-Exupéry)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Liberdade!




Tive hoje coragem de acordar,
Sabendo que estava mais uma noite
À minha espera.
E vontade tenho, de partir...
De marcar uma nota no futuro,
Prefazer o inatingível...
Querer poder contar a história
Que à muito me foge dos olhos,
Onde mesmo correndo mal, estarei vivo,
Para a contar...
Onde a liberdade é o começo,
Começo de um sonho!
Onde só um “eu” basta,
Onde sei ser feliz,
Porque nunca conheci tristeza...
Mas, pergunto-me até que ponto existes...
Até onde consegues reunir atenções,
Fazer sentir ou sonhar,
Tomar parte de mim,
Criar ilusões...
É ai onde me preco pra nunca mais me encontrar,
Pois és um complexo sem fim,
O impossível,
O que me faz pensar que o amanha será noite,
E tu não estarás presente...
Então cairá tudo por terra,
E por mais que tentemos abrir a porta certa,
Teremos sempre a chave da errada...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pra Você Guardei O Amor - Nando Reis



Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vem dos meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar




terça-feira, 23 de março de 2010

Talvez eu saiba algum lugar
no fundo de minha alma
Que o amor nunca dura




E eu sempre vivi assim
Mantendo uma distância confortável
E até agora eu jurei pra mim mesma
Que eu era feliz com a solidão
Porque nada disso nunca valeu o risco


Mas você é a única exceção


quarta-feira, 17 de março de 2010

Não é pra ler! Não é pra ler! Não é pra ler!

"Eu não sou quem você quer. Embora eu saiba que quem você quer, é exatamente como sou.

E o que eu sou não passa de máscara,
de mágoa."



É que as coisas não são mais como antes,nem eu nem você somos aquilo que fomos um dia,e que a gente gostava tanto.
Não entendo como sentimentos bons se tranformam nessa coisa de agora,essa coisa que eu nem sei dizer o nome.
O que é que acontece com a gente quando nos encontramos?Você sabe? Eu também não.
Só sei que eu queria poder mudar isso,queria poder sentir aquela coisa boa que eu sentia antes quando te via.
É, as pessoas mudam! Mudamos pra pior, eu acho.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Quase sempre foi assim



"Eu me sinto às vezes tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança.
Invento estorinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinho não me larga. Algumas paranóias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada. Estou todo sensível, as coisas me comovem."

domingo, 7 de março de 2010

Monótona vida



Acordar era sempre muito difícil, mas o fazia.
A ausência da rotina a incomoda, ainda assim sorri fazendo careta pro espelho do banheiro e começa seu dia.
Monótono dia.
Canta baixinho no chuveiro. Ela tenta planejar seu futuro.
Seu dia passa dentro dela mesma. Como todos os outros.
E sempre o futuro é quem toma conta.
Às vezes ela tem medo de enlouquecer.
Vazio. Grande vazio. Planos. Muitos planos.
Ações. Para o futuro incerto.
A vida passa. Ela está só.

12º Destroço (ou explicar borboletas a tartarugas*)


Não me apetece escrever mas grito sem fazer barulho

(para dentro ou lá o que é)

que é para ver se me ouvem ou ouvir se me vêem

(sei lá para quê).

Eu não devia escrever. Mas depois lembro-me

(escrever é também calar-se**)

e acho que concordo

(que eu nunca sei se estou ou não de acordo ou se assim-assim)

que é gritar sem barulho isto de escrever

(mesmo que seja pouco. Mesmo que seja mal).

Eu não devia escrever. Na realidade não há nada sobre o que valha a pena juntar duas letras ou mais

(fazer uma frase),

apenas alguém

(insuficiente)

a quem foi inútil explicar borboletas

(quanto mais fazer-lhe ver a importância dos terramotos que me abalam dentro).

Não é para isso que julgo que escrevo

(falar de gente com carapaça)

mas não sei, honestamente, para que escrevo hoje

(se devia estar a gritar muito calada).

Escrever sobre como

(não se pode)

explicar borboletas a tartarugas, parece-me tão inútil

(medíocre, até)

como usar brincos em orelhas pequeninas. É certo que mais valia

(sem fazer barulho)

gritar para dentro da carapaça que as pessoas põe quando são muito crescidas e responsáveis e rotineiras

(como ratos de gaiola)

e monótonas e lentas e desapaixonadas e desconfio mesmo se chegam a ser

(pessoas)

felizes como as tartarugas que seculares tudo desconhecem sobre a brevidade leve das borboletas

(como se explica isto?).

Não tenho nada sobre o que escrever. Só os terramotos e as borboletas que não sei explicar às tartarugas que por vezes aparecem

(vagarosas como sempre)

para me lembrar que detesto pessoas crescidas. E que devia pousar como quem se cala

(não escrever)

as mãos impacientes.

#naive 3


Enrolar o tempo
com divagações
previsões estapafúrdias
(e distantes) do futuro.
Há que distrair
os corações com
televisão amêndoas
romances daqueles profundos.

[E pensar como ficaria aquela parede
pintada de fúcsia ou de amarelo.]

Ocupar a alma
com distracções
e coisas (relativamente) prazenteiras.
Tentar ser feliz
com meia dúzia de convicções
com os pulmões cheios de vontade
e os olhos escancarados de verdade.

[E pensar que há pessoas que se queixam
por tudo e por nada,
ou porque sofrem de uma patologia de nome complicado
que afinal basta pôr uma pomada
ou porque são hipocondríacos maníaco-depressivos-de-qualquer-coisa
ou porque a crise é uma maçada.]

Sentir a plenitude
oferecer meia dúzia de botões de rosa
a uma pessoa anónima na rua.
Respirar tão devagar
e conseguir atravessar paredes
e sentir o odor da terra,
que a chuva humedeceu.

Acreditar sobretudo
na inocência
e nas nossas ideias mais débeis
são elas que nos fazem diferentes
e que nos tornam idóneos.
Ir para o mundo com a consciência
que nada sabemos
que tudo o que existirá, desconhecemos
que tudo será sempre novo
(e colorido).

quinta-feira, 4 de março de 2010

O unico sinal da liberdade é poder ter asas para voar além do horizonte chamado medo '


Liberdade é pouco.
O que eu quero ainda não tem nome...