Fui precipitada, impulsiva. Tive medo, mas corri o risco e acertei em cheio: ficará. É o pouco que sei, ficará.
Senti o teu cheiro impregnado na minha pele, o teu beijo ainda presente na minha boca. Quis dormir nos teus braços sob a vigilância do teu olhar, mas fugi à meia noite, como aquela princesa que tanto já se ouviu falar. De mim, ninguém falará, sou tão anônima quanto posso suportar.
Ao desvencilhar-me dos teus braços eu soube: acabou. Acabou o que mal teve tempo de começar. Acabou e não voltará. Talvez você me ligue numa noite vazia, quando lembrar-se da minha pele contra a sua. Talvez sinta minha falta, talvez não sinta nada. “Como era mesmo o nome dela?” Porque as coisas tendem a ser assim, aprendi, e me dói não poder lhe tocar outra vez. Dói mais do que posso explicar ou até mesmo entender.
Nossos olhares trocados me perfuraram pela manhã, quando a noite acabou, quando a água levou do meu corpo o teu cheiro, quando entre lágrimas eu compreendi e sorri: é só o que tinha que ser, e o que tiver que ser, será.
A lembrança destroçou minha alma, a ausência queimou minha pele, onde você me tocou. Ficaram as marcas, as feridas que demorarão a se curar. Ficou a tua voz ecoando na minha cabeça.
Na noite fria, sob a chuva, vi teus passos levando-lhe para longe de mim, e doeu não ter um olhar de despedida à distância. Talvez não seja a hora de dizer adeus, as coisas acontecem como devem ser. Mas a esperança logo me abandonou, me deixando sozinha, com os olhos manchados e o coração doendo, minha boca pedindo mais, meu corpo pedindo mais, e você indo embora, rapidamente, como se tudo tivesse sido apenas um sonho que poderia ser minha eterna realidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário